domingo, 19 de junho de 2011

Dos sorrisos

Não sorrias para mim!
Não execute este gesto infame
Que desorganiza minhas orações
Enturva minha visão
Rasga meu peito hostil.

Não sorrias para mim!
Assim, com esse jeito doce
Gratuito, cheio de graça
Desprezando meus invisíveis
sinais de tensão.

Não, por favor, não sorrias para mim...
Não vês que a cada sorriso
É como se arrancassem minhas roupas,
Minha pele, minha carne,
Deixando apenas meu coração?
Que é como se destituíssem meu nome,
meu endereço, meu tempo e meu espaço?!

Não sorrias, eu te peço.

Perdida entre meus próprios pedidos
Sorrindo de todo esse desabafo
Com lembranças cor de rosa
E sonhos cor de cachaça.
Eu reivindico...
Por favor,
Não sorrias, assim,
sem avisar...

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